terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sobre a efemeridade de nossas vidas.


Hoje fiz muitas ligações, porém, dentre tantas e entre tantos casos e causos que ouvi, uma, especialmente, me chamou a atenção:
Liguei à procura de uma senhora - constava em nossos arquivos o não-pagamento da última parcela de seu carnê - e ao ligar uma garota atendeu, tranquila, voz calma. Ao perceber que não se tratava da pessoa a quem eu procurava, não entrei em maiores detalhes, comuniquei apenas o nome da empresa e não me demorei. Tão logo ela reconheceu o nome da empresa, informou de pronto que todos os pagamentos estavam sim efetuados.
Como de praxe, informe que se fazia necessário passar um fax do comprovante, sob pena do nome da cliente ser negativado. Ela me informou que se tratava de sua mãe, e que, ao adquirir o material estava doente, vindo a falacer alguns meses depois...
Nesse momento emudeci.
(,,,)
Situações assim costumam acontecer, porém essa, hoje, me fez refletir sobre o quão efêmeros somos e o quanto de sopro de vida há em cada um de nós.
Aquela senhora, que agora jaz em seu túmulo, fez planos, projetos, construiu sonhos, assumiu compromissos, dívidas e sumcumbiu.
Não estamos prontos pra nossa própria morte, mas nos desgastamos tanto com coisas fúteis e vazias. Perdemos nosso curto tempo com atitudes estéreis e não sabemos o que está por vir.
Essa ligação, em especial, me fez refletir sobre o que tenho feito de meus dias e o quanto de boas ações - voluntárias - tenho praticado.
Me fez temer deixar meu filho, e muito mais, ainda, que ele me deixe.
Isso me tocou.
Então, caros meus, não sejamos levianos com os sentimentos alheios, e não aturemos gente leviana. Não projetemos injustiças ao nosso próprio favor.
Temos apenas um sopro de vida, e não sabemos o quanto de fôlego ainda nos resta.
Não sabemos quão saudosos seremos depois que partirmos.
É preciso fazer nossa vida hoje! Projetar boas obras no agora!!
Porque o amanhã jaz num pedido formal de desculpas e numa desconsideração de cobrança indevida...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O milagre da vida

Texto escrito em 02 de outubro de 2008.

Eu poderia começar esse texto contando da trajetória de luta e espera até aqui. Poderia falar dos sofrimentos e das dores, das dúvidas e dos sonhos, mas não. Hoje não! Hoje é dia de alegria. Não é dia de lembranças obscuras do que poderia ter sido. Hoje é dia do que é! Dia de contar pra vocês que meu bebê é absolutamente perfeito, que brinca dentro da minha barriga como se estivesse numa piscina de bolinhas. Perninhas pra lá e pra cá, mãozinhas pra cima e pra baixo, piruetas. Ele pega um impulso com as perninhas e se joga pro outro lado numa destreza como se não tivesse apenas 5 centímetros (na realidade com as perninhas, uns 8).

De declarar pra vocês que ele é a maior alegria da minha vida. Que nada, nem de longe nesses meus 34 anos de vida me deixou tão feliz, me sentindo tão abençoada, tão completa.

Hoje esperando na sala do consultório, disse ao Zago que estava sentindo que ia enfartar! De tanta ansiedade, de tanta emoção. Meu coração parecia não suportar a espera por saber tudo o que soube, por constatar que Deus está trabalhando em mim e que sim Ele tinha um plano muito maior e que toda tristeza, toda dor e medo não foi em vão. Tudo vem na hora que tem que vir e sei que esse é o melhor momento pra que esse ser que gero em meu ventre venha ao mundo. Chegará a um lar repleto de tanto amor, de tanta paz e de tanta luz que acho que lá da minha barriga ele já pode sentir!

Amigos, hoje mais do que nunca, agradecer TODOS os momentos de força que me passaram. Não sabem como isso foi fundamental. Fundamental.

Poder vibrar e comemorar com vocês hoje é mais que uma benção!!!!

Beijos nossos...

Atualizado em 14 de outubro de 2008:

Hoje, com 13 semanas, ele está ainda mais lindo e forte, já dobrou de tamanho desde o ultimo ultra. Já ouvi seu coraçãozinho, tão forte, batendo a 160 por minuto no consultório (antes só através da ultrassonografia era possível). Minha barriga já está aparecendo e a fase mais crítica já passou e agora respiro aliviada, só desfrutando da felicidade de ver meu filho crescendo. É o milagre da vida acontecendo em mim. Não poderia me sentir mais abençoada.